domingo, 5 de setembro de 2010

Metadúvida

Decidi que escrevia textos sem sentido
Resolvi dar um sentido para o que escrevo
Mas, se escrever é colocar sentimentos
E, se sentimentos tivessem sentido,
Não haveria sentido algum em escrever.

Já falei do tempo ao vento
Já me perdi nas bobagens que falei
Já viajei no que escrevi
Já muitos filhos abortei

Enfim sobrou algo,
Um sentido nas coisas sem sentido que escrevia
Era algo estranho
Esse estranho era a essência da poesia

Não canto em versos, pois não me atrevo produzir limitado
Não faço formas
Apenas escrevo o que sinto e sinto o que escrevo
E vivemos nessa simbiose infinita
Nesse relacionamento estranho de posse-possuidor
De caça-caçador
De escrita-escritor

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